A Prefeitura de Franca anunciou nesta quarta-feira, 1º de setembro, o Programa Dignidade para amparar as pessoas em situação de rua.
O prefeito Alexandre Ferreira, durante transmissão ao vivo pela página oficial da Prefeitura, no Facebook, explicou que em 2.016 quando deixou a Prefeitura, havia o registro de 255 pessoas em situação de rua. Quatro anos depois, ao retornar, esse quadro dobrou, chegando a 514. Diversas intervenções, foram implementadas emergencialmente, sendo que hoje 88 pessoas estão sendo atendidas e novos serviços foram criados, como o de Abrigo e Pernoite e 14 outras pessoas, já estão acolhidas no Projeto Moradia Primeiro, em que a Prefeitura paga o aluguel e faz o acompanhamento social.
Com isso, a Prefeitura está eliminando aquela situação que se formava sob o viaduto Dona Quita, na Av. Major Nicácio e fará o mesmo no canteiro central da Av. William Azzuz, na Vila Gosuen (no local na semana que vem será iniciada a construção de um Centro Esportivo) e na antiga Estação Mogiana, o mesmo será feito. O prédio será revitalizado e transformado num espaço misto, com equipamentos culturais e de comércio, onde as pessoas serão retiradas e assistidas. Junto com a reforma, será instalada nova iluminação e outras melhorias para maior segurança de todos naquelas adjacências.
Medidas preliminares
Durante a apresentação, o prefeito Alexandre Ferreira destacou que a partir de março, foram implantados dois novos serviços, o de Abordagem Social e o Acolhimento Noturno para as pessoas em situação de rua.
Dois meses depois, após cumprir todos os procedimentos legais, em maio foi instalado o Espaço Dignidade, que passou a sediar também o Acolhimento Noturno de Pernoite e o Serviço de Abordagem Social.
O trabalho prosseguiu e desde junho, o Programa Dignidade mobilizou ações, através da assistência social, Serviços de Abordagem Social e Acolhimento Noturno, Abrigo, Casa de Passagem, Consultório na Rua e lideranças comunitárias da região da Vila Gosuen, para um diagnóstico que subsidiou as ações de revitalização previstas e amparo às pessoas em situação de rua nas imediações daquele local e outros identificados.
Dentro dessa programação, nos próximos dias, confirmou Alexandre Ferreira, a Prefeitura começa as obras de revitalização na Vila Gosuen, com a implantação de uma unidade da rede CEPEL (Centro Popular de Esportes e Lazer). Terá mais, a parte social e cultural, contempladas com a implantação de um Núcleo de Serviço de Convivência para Crianças e Adolescentes e aulas de esporte sob a coordenação da FEAC, com a oferta de cursos e oficinas diversas, para atendimento tanto do público adulto, como das crianças. A preocupação é oferecer qualificação para que essas pessoas possam ser inseridas no mercado de trabalho.
Moradia
A partir do diagnóstico inicial, na Vila Gosuen e que foi estendido às pessoas em situação de rua no Viaduto Dona Quita e prédio da Antiga Estação Mogiana, a Prefeitura colocou em prática o Projeto Moradia Primeiro, com acesso de pessoas em situação crônica de rua a uma moradia segura e integrada à comunidade. Ao ser beneficiada com o benefício, a pessoa passa a ser acompanhada por uma equipe técnica especializada, com o objetivo de responder às demandas apresentadas e apoiá-las a permanecerem na moradia.
A partir dessa semana foram definidas as linhas gerais para as obras de revitalização da antiga Estação Mogiana, com previsão de que a licitação seja aberta entre dezembro e janeiro para a execução dos serviços projetados. Será algo grandioso que transformará o aspecto da região da Estação, com lazer, cultura e incentivo à economia. Foi lembrado também, que nas últimas semanas, em decorrência das baixas temperaturas, a Prefeitura ampliou em 98, as vagas de acolhimento emergencial, contando com ajuda da sociedade, sem contar as 128 vagas que já existiam. Inúmeros cobertores, agasalhos e alimentos foram distribuídos, resultados de doações e colaboração da sociedade.
Depoimentos e opções de capacitação
Dentre as 14 famílias já amparadas com um imóvel alugado pela Prefeitura, Diovana Aparecida, catadora de recicláveis que, por 12 anos viveu na rua, relatou estar muito feliz. Agora se sente segura e protegida tendo uma casa para morar. Também com 12 anos em situação de rua, Edson Dias, que recolhe materiais e faz a reciclagem, disse que hoje tem um ponto de referência, um canto onde se proteger, juntar e separar os seus produtos. Warren Benedito, vendedor ambulante, permaneceu em situação de rua por 2 anos e falou não ser possível esconder a emoção. Ganhou dignidade com um lugar para morar e pretende agarrar essa oportunidade e dar a volta por cima.
Dados levantados pela Secretaria de Ação Social, indicam que o custo com o fornecimento de moradia para uma pessoa chega a 70% menos do que é gasto com o Abrigamento Institucional e quando isso é dado a um casal, a redução aumenta, chegando a 85%.
Doe chance com o Programa Dignidade
Mas a proposta da Prefeitura contempla também, a estruturação do Projeto de Oficinas voltado para a geração de renda, através de Marcenaria, Costura e Reciclagem, em que os envolvidos serão qualificados. Por fim, um apelo feito pelo prefeito e autoridades da área social, diretamente ligadas a esse trabalho, é para que as pessoas devem evitar dar esmolas. Haverá um trabalho institucional forte, de orientação e esclarecimento sobre os serviços disponíveis a esse público em situação de rua. E para ajudar nesse processo, as pessoas poderão acionar o Serviço de Abordagem Social, através do telefone 99965-6571.